O Céu não lhes responde
Sábado, 23 de Setembro | 21:30h | Cine-Teatro Garret - sala principal, Póvoa de Varzim *
Sessão com Interpretação em Língua Gestual Portuguesa
Dia internacional das línguas gestuais
pela EsTe Estação Teatral [Fundão - PT]
dur. aprox. 60m Classificação etária: M/12 - Jovens e adultos
Sinopse:
- “Os vasos que não se enchem de água, cedo transbordam de pó”
- - Provérbio indiano
“O que fazer quando é o próprio clima que nos empurra para fora da nossa terra? E quando a brutalidade dos regimes autocráticos e da guerra nos expulsa para a incerteza da própria vida? Quando permanecer se torna impossível só nos resta avançar munidos de coragem e esperança. Procurar a felicidade num outro lugar. A jornada será sempre longa e cheia de percalços, mas será sempre melhor do que permanecer num caminho que apenas vai definhando. A necessidade de sobreviver obriga-nos a avançar, a contornar os obstáculos e a atravessar as fronteiras, inclusive as que se encontram fechadas. Um encontro com o futuro, onde a felicidade de quem parte também está nas mãos de quem acolhe.
«O céu não lhes responde» relata, através do corpo, do gesto, das emoções, da simplicidade e do jogo cénico, o percurso de duas personagens que tentam atravessar o mar para o lado de lá em busca de uma oportunidade. Ninguém deixa a sua terra de ânimo leve mas noutro país é possível recomeçar. Alcançar as necessidades mais básicas pode ser extremamente difícil, a barreira da língua, o choque cultural e a desconfiança de quem os acolhe fazem com que chegar não signifique o fim da jornada. No entanto, Saeed e Narine não desistem, procuram trabalho, procuram retribuir e integrar-se num país diferente. Um país que por vezes julga que a escolha foi deles e onde, por vezes, o céu também não lhes responde.”
Espectáculo criado a partir do projecto de mediação de públicos VER-FAZER, desenvolvido com escolas do 1º ciclo do concelho do Fundão no ano lectivo 2021/22.
Ficha artística e técnica:
Encenação e Dramaturgia: Tiago Poiares em co-criação com Joana Poejo e Samuel Querido
Interpretação: Joana Poejo e Samuel Querido
Espaço Cénico: Ana Baleia
Desenho de Luz: Pedro Fino
Música e Direção Musical: Pedro Rufino
Sonoplastia: Ruben Páscoa e Marta Garcia
Banda Sonora: Pedro Rufino (guitarras e alaude árabe); Ruben Páscoa (teclados, percurssão e voz); Francisco Barata (voz); José Bonifácio (acordeão) e Marta Garcia (teclados e saxofone)
Figurinos: EsTe
Fotografia: Miguel Proença
Direção de Produção: Alexandre Barata
Sobre a EsTe Estação Teatral:
Desde 2004 a ESTE – Estação Teatral estreou 45 criações originais e já actuou em Espanha, Alemanha, Cabo Verde e Brasil. Medalha de Mérito Cultural da cidade do Fundão outorgada pela Câmara Municipal em 2016.
Na génese da Estação Teatral está a complementaridade de dois impulsos motores que, em sinergia, desembocam na compatibilidade entre (1) a pesquisa de uma IDEIA DE TEATRO, num movimento sem fronteiras, e (2) o diálogo em cumplicidade com a COMUNIDADE do seu contexto: a Beira Interior. O surgimento da Companhia parte da iniciativa de um colectivo de profissionais que identificava a premência de um PROJECTO que dotasse uma região isolada, com acções consequentes e que transcendessem a natureza de “Companhia de reportório” ou de “sala de espectáculos”. “Mãe preta”, a primeira criação, inscreve já todo um ADN que se repercute até hoje, ora nos ensinamentos de ferramentas do antigo, como a MÁSCARA, ora na inspiração em teatros tradicionais/populares, como a manipulação de marionetas, na dimensão de um TEATRO TOTAL, dada pela prática dos contadores de histórias, ora, finalmente, pela perspectiva que faz da ENCENAÇÃO o centro da escrita, numa autonomia proporcionada por uma DRAMATURGIA DO VER, onde texto escrito é contemporâneo do ensaio.
Peças como “Pax Romana” (2006), “A verdadeira história da Tomada do Carvalhal” (2007), “Cozinheiros” (2009), “Volfrâmio” (2011), “A entrada do rei” (2014), “Terra sonâmbula” (2015), ou mais recentemente “Coração que é livre fica” (2019) e a trilogia “A Avenida” (2019/2020/2021) inscreveram-se justamente em princípios éticos e estéticos que não apenas desembocaram numa corrente de público muito expressiva, mas consolidaram uma rede de itinerância pelo território nacional, hoje, património inestimável que alarga o futuro. COMPANHIA DE PROJECTOS de criação, mas também de programação. O Festival TeatroAgosto que foi realizado durante 15 anos consecutivos e a FEIRA IBÉRICA DE TEATRO, organizada em parceria com o Município do Fundão desde 2019, um projecto diferenciador em Portugal na promoção de um mercado ibérico das artes dos espectáculos. inscrevem-se precisamente na estratégia ética da ESTE no que concerne à conexão com o público do território onde se insere.
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