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Os Inocentes, por Quico Cadaval | Narração Oral

Imagem de perfil de Quico Cadaval, sobre um fundo negro.
Imagem de perfil de Quico Cadaval, sobre um fundo negro.

Os Inocentes, por Quico Cadaval

+ Mesa de Reflexão *Arte, elemento de Liberdade

com José Soeiro, Carlos Pazos-Justo e Mário Moutinho (moderação participativa)

Segunda feira, 23 de setembro | 21:00 | Espaço d’Mente da Varazim Teatro, Póvoa de Varzim

* Sessão com Interpretação em Língua Gestual Portuguesa


Sinopse:

Os Inocentes, Ilha de São Simão: “Júlio César conquistou a Gália… não levava sequer um cozinheiro? Colombo descobriu América, foi sozinho no barco de vela?” estas perguntas de um operário que lê, e outras parecidas compõem a base do espectáculo de narração oral intitulado “Os Inocentes”.

Quico Cadaval explora as histórias dos anónimos secundários nas grandes histórias da humanidade. Acostumados a assistir ao relato dos grandes protagonistas como são os heróis vitoriosos, os líderes de massas, os mártires da pátria ou de alguma causa nobre, os fundadores de religiões e de partidos, mas quem escutou falar de Manuel, de Marquinhos, de Pastor? Destaca-se a figura de Manuel, que foi preso na Ilha de São Simao quase quatro anos sem saber a causa. Os fatos aconteceram no decurso da Guerra Incivil espanhola, quando a lírica ilha galega se converte em campo de concentração. Depois de décadas de siléncio o protagonista, Manuel, conta-o numa taberna de marinheiros. Quico Cadaval escutou-a e aprendeu-a de cor para contá-la pelo mundo. Agora, na Póvoa de Varzim.

Sobre Quico Cadaval:

Quico Cadaval nasceu em Ribeira, Rias Baixas da Galiza, 1960. É encenador e autor teatral ativo desde os anos 80 do passado século. Participou em peças do repertório clássico como são as comédias de Shakespeare ou obras do dirty-realism irlandês de Martin McDonagh, como “Um crânio em Connemara”. Também ligou a sua sorte a uma dupla cómica (Mofa&Befa) que mudou a ideia do que são os palhaços. Com eles fez uma tournée bem-sucedida do espetáculo “Shakespeare para ignorantes”. Esta experiência em palco, unida à sua paixão pela cultura popular, levou-o a experimentar uma maneira nova da arte de contar estórias. Nos anos noventa faz parte de um movimento de contadores na Galiza que percorreram a Península Ibérica, América Latina e uma boa parte da Europa. A arte de contar estórias de viva voz reborda os limites do etnográfico e invade espaços informais, de nova socialização e pisa mesmo as tábuas sacrossantas do teatro. O gajo tem alguns prémios e reconhecimentos a ornamentar as prateleiras, e poucos livros (poucos livros da sua autoria, de outros autores tem muitíssimos). Sente a Lusofonia como um território próprio, que prolonga com naturalidade a sua Galiza natal. Mas, por enquanto, só foi convidado por Portugal e Cabo-Verde (e pela Gulbenkian de Paris).

Sobre José Soeiro:

Sociólogo. Licenciado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Doutorado pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, na área da sociologia do trabalho e da ação coletiva, com uma tese sobre 'A Formação do Precariado. Transformações no trabalho e mobilizações de precários em Portugal'. Atualmente é investigador do Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (IS-UP).

É co-autor, entre outros, dos livros: Cuidar de quem Cuida (Objectiva, 2020, com Mafalda Araújo e Sofia Figueiredo), The Routledge Companion to Theatre of the Oppressed (Routledge, 2019, com Kelly Howe e Julian Boal), A Falácia do Empreendedorismo (Bertrand, 2016, com Adriano Campos), Não Acredite em Tudo o que Pensa (Tinta-da-China, 2013, com Miguel Cardina e Nuno Serra).

Participou em várias publicações, sobretudo relacionadas com os temas do trabalho, da precariedade ou do teatro do oprimido. Mantém, desde maio de 2015, uma coluna semanal no Expresso online. É deputado à Assembleia da República, com responsabilidades na área do trabalho e da segurança social. As suas principais áreas de interesse são: relações de trabalho, precariedade e classes sociais; trabalho, ação coletiva e sindicalismo; divisão do trabalho e organização social dos cuidados; políticas públicas de emprego, de proteção social e de cuidados; teatro, intervenção social e políticas culturais.

Sobre Carlos Pazos Justo:

Carlos Pazos-Justo (Redondela, 1975), Doutor em Ciências da Cultura pela Universidade do Minho, é professor na Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas da Universidade do Minho. Formado inicialmente na Universidade de Santiago de Compostela, desenvolveu a sua carreira académica na Universidade do Minho onde integra o grupo de investigação Galabra-UMinho.

Ganhou o Prémio Carvalho Calero de Investigação em 2009 com Trajectória de Alfredo Guisado e a sua relação com a Galiza (1910-1921) e presidiu a Asociación Internacional de Estudos Galegos (2022-2024). Bracarense de Redondela, coordena o Centro de Estudos Galegos da UMinho.

Sobre Mário Moutinho:

Embora tendo formação artística na área do cinema, é no teatro que desenvolveu grande parte da sua carreira, tendo fundado duas companhias: TAI em 1977 e Teatro de Marionetas do Porto em 1989.
Como criador de vídeos de cena, encenador, assistente de encenação, autor e actor, colaborou com diversas companhias da cidade do Porto e trabalhou com inúmeros encenadores, entre os quais Carlos Avilez, de quem foi assistente, Alberto Bokos, Júlio Castronuovo, Roberto Lage, Roberto Merino, Júlio Cardoso, José Caldas, João Paulo Seara Cardoso, Fernanda Lapa, Fernando Gomes, José Leitão, José Carretas, Norberto Barroca, Castro Guedes, Luísa Pinto, José Topa, Claire Binyon e Kaffe Matthews .

Realizou os filmes “Lugar Comum” e “Making of Coisas e Loiças” e inúmeros spots para televisão, produziu filmes de André Delhaye e Paulo Castro, e participou como actor em diversas curtas-metragens, nomeadamente de Saguenail e Regina Guimarães, e em filmes de Manuel de Oliveira, António Pedro Vasconcelos, João Mário Grilo, José Fonseca e Costa, Fernando Rocha, Jean Claude Biette, André Abet e Paulo Rocha.

Na televisão, foi ator principal nas séries “Clube Paraíso” sob a direcção artística de Paulo Grisolli e “Os Andrades” sob a direcção de António Moura Ramos. Foi actor nas séries “2 Minutos para mudar de vida”, “O Nosso Cônsul em Havana”, “4Play”, “As Mulheres de Abril”, “Major Alvega”, “Almeida Garrett”, “Triângulo Jota” e “Elsa” e nas séries infanto-juvenis “Contos das Mil e Uma Noites”, “Mopi”, “A Árvore dos Patafúrdios”, “Os Amigos do Gaspar” e “No Tempo dos Afonsinhos”.

Alguns dos seus últimos trabalhos no teatro foram “Histórias do Fim da Rua”, “Uma Amizade assim”, “Pirilampo” e “Viagem Mala na Mão…”, como autor das versões cénicas e encenador, a ópera “A Árvore dos Sonhos”, como autor do libreto e encenador, “Quem conta um conto”, como director artístico do projecto, a ópera “A Flauta Mágica”, como encenador, “Sinfonia Erasmus”, como autor da ideia original, e “Quem Matou o Ambrósio?”, “Pequeno Trabalho para Velho Palhaço”, “Ópera fiXi”, “Tartufo”, “A Longa Noite de Camilo”, “Fausto” e “À Espera de Beckett”, como actor.

Foi presidente e director artístico do Fitei – Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica entre 2005 e 2013.


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